O legado de Alicia Clark
Postagem por: Ethan Sanches

O quão longe um personagem consegue chegar e transmitir um legado? Muitas vezes ficamos nos questionando sobre a jornada de um protagonista, mas se existe uma personagem que cumpriu a sua jornada e deve ser chamada de uma verdadeira heroína, é Alicia Clark.

Em 23 de agosto de 2015, foi ao ar o episódio piloto de Fear the Walking Dead. Era nítido ao assistir, notar que a jovem Alicia Clark tinha sonhos, desejos e muitas lições de vida para aprender. Só não imaginávamos quais seriam esses aprendizados que a vida traria para a mesma.

Quando o vírus é relatado, nós, enquanto espectadores, sabemos que na verdade é o início do apocalipse dos mortos-vivos. A partir daquele momento, percebemos que a Alicia é chamada para uma missão que a tira do seu mundinho comum, da sua zona de conforto. E diante de um grande desafio e de grandes mudanças, é natural que surjam os medos, hesitações e muitos conflitos interiores. Alicia teve tudo isso, ela sentiu.

E como sentiu também a dor da perda, afinal, ao longo da série, ela perdeu o irmão, a mãe e precisou continuar sozinha a sua jornada interna de crescimento. Tal esse, que a tornou uma mulher forte, determinada e uma pessoa exemplo de líder. Foi extremamente nítido Alicia Clark mostrar toda sua força que possui e suas habilidades, um exemplo disso é no episódio 03×13, um dos episódios mais importantes da série.

“Você não se cansa de sobreviver. Você apenas segue em frente.” 

Alicia era mais que uma sobrevivente. Ela reunia todos os conhecimentos e experiências adquiridos durante a sua jornada e mostrava para nós o quanto havia crescido. Tudo tem um significado de transformação e por isso, a cada instante, ela levava consigo o que havia de melhor.

“Nós só temos o agora e quem sabe por quanto tempo teremos isso.” 

Mas não há como deixar de ser grato pela atuação impecável e extraordinária de quem deu vida a personagem todos esses anos: Alycia Debnam-Carey. 

Alycia tem uma atuação encantadora, se entrega a cada cena e a cada momento da personagem. Desde nos fazendo chorar, sorrir, sentir dor, medo ou desespero. Ela consegue nos transmitir todas essas emoções. E eu lhe garanto que somente um verdadeiro artista é capaz de atuar dessa forma.

“Alycia Debnam-Carey criou um dos personagens mais impressionantes e memoráveis ​​de todo o universo de The Walking Dead.” – Forbes, 2018. 

De fato, o legado que Alycia deixará em Fear The Walking – e em todo o universo de TWD – jamais será esquecido. A cada episódio os espectadores ficavam mais interessados e querendo saber os próximos desafios que Alicia Clark iria enfrentar, assim como as decisões que deveria tomar. Em alguns momentos dos episódios era possível até se perguntar: “O que Alicia Clark faria?” 

“O desempenho de Debnam-Carey também traz a Alicia para novos patamares, já que a cada temporada parece que ela descobre algo mais sobre essa personagem e contribui para o coquetel de experiências de vida que ela tem.” – CarterMatt, 2018

Foram 100 episódios de grandes emoções, atuação que foi realmente nítido ver a entrega e a paixão que  Alycia tinha por sua personagem. E não somente isso, Alycia também mostrou a sua visão da história, tendo a oportunidade de dirigir um episódio da série.

Toda história tem uma mensagem a transmitir para quem assiste, mas principalmente, a grande transformação adquirida ao longo da sua jornada. Não foi fácil para Alicia Clark, ela enfrentou obstáculos de grande magnitude, mas, como toda heroína, ela atingiu seu objetivo – de uma forma ou de outra – e merece ter a sua recompensa. Como público, nos comovemos com sua vitória e ficamos com um sentimento de merecimento.

Personagens fortes e inspiradoras como a Alicia Clark, em algumas vezes, não são tão bem retratadas e, como já vimos, ainda mais raramente tão bem escritas. Mas, o legado que resta é inspirador. E o verdadeiro legado que Alicia Clark nos deixa é que todos nós podemos ter nosso espaço como um herói, seja qual caminho escolher. Obrigado, Alicia, seu legado será lembrado para sempre, por todos os fãs.

Por, Ethan Sanches – ADCBR