Um dos assuntos mais falados no jornalismo televisivo dos Estados Unidos, no últimos meses, tem sido a tendência de matar personagens relevantes nesta temporada, e um dos shows que praticamente começou essa discussão é aquele que fez Alycia Debnam-Carey se tornar conhecida, The 100. Seu papel como Lexa, a Comandante grounder no show pós-apocalíptico, deu-lhe fãs que a seguiram para Fear the Walking Dead.
Esse é o título do spin-off de The Walking Dead, da AMC, que levou Debnam-Carey à Espanha com um de seus colegas, Colman Domingo, e ¡Vaya Tele! pôde confirmar que, de fato, a atriz australiana tem um grande grupo de jovens fãs que estavam esperando para vê-la. O site conversou com ela sobre isso e sobre a jornada que a segunda parte da temporada de Fear the Walking Dead, que retorna amanhã, dia 21.
Debnam-Carey interpreta Alicia, a filha na família principal, uma personagem que teve uma jornada notável desde que todos começaram a passar pelo início do apocalipse em Los Angeles. A atriz explica que “o desenvolvimento dela tem sido bastante intenso. Quando a vimos pela primeira vez, ela era uma garota de 17 anos que fingia ser forte e durona porque ela não tinha um pai, tinha um irmão que vivia com problemas de drogas, e uma mãe que dá maior parte de sua atenção ao outro filho. Então ela sempre olhava para o futuro, planejando-o e tendo seus sonhos. E, obviamente, no começo da segunda temporada uma parte disso foi destruída e ela está buscando conexões passadas, ou tentando preencher o vazio com algumas conexões, o que às vezes, por sua inocência, vieram a ser coisas ruins.”
“O que é bom agora é que a vemos um grupo de pessoas que perdeu muitas coisas; Strand perdeu seu namorado, Madison perdeu seu filho e seu companheiro, e Ofelia perdeu seu pai. E parece que, pela primeira vez, Alicia é a pessoa que pode assumir a responsabilidade do grupo, e se elevar como uma igual e, finalmente, agir e se ver como adulta. Para mim, essa é uma situação muito empolgante, porque agora a vemos tomar decisões e fazer coisas, se tornando uma personagem mais ativa.”
Sob esse aspecto, o processo de crescimento de Alicia também acontece como resposta ao fato de que Madison presta mais atenção em Nick, seu irmão viciado em drogas. Quando Kim Dickens, que interpreta Madison, esteve no “Festival de Séries de Madrid”, ela afirmou que o relacionamento entre mãe e filha é uma das coisas que ela mais gostaria de explorar e isso também parece ser importante para Alycia Debnam-Carey.
O finale do meio da temporada de Fear the Walking Dead deixou os personagens separados, e Alicia e Madison estão procurando um lugar para ir, junto com Strand e Ofelia. “O interessante sobre a segunda metade da temporada é que estão separados por mais tempo do que jamais estivemos, e isso abre portas para dinâmicas diferentes, para o desenvolvimento de novas alianças, para o fato de que pessoas podem avançar e aceitar este novo mundo, e como caminhar por ele da melhor forma possível.” Debnam-Carey explica sobre a nova situação, acrescentando que o relacionamento entre Alicia e Madison é importante: “É uma outra coisa que vai começar a se desenvolver na segunda metade da temporada, a dinâmica mãe-filha. Elas têm um relacionamento complicado, e isso definitivamente gira em torno de Madison aceitar Alicia como adulta e perceber que agora elas estão sozinhas. Nick escolheu ir embora.”
A forma como os personagens se separaram vai trazer consequências para eles nos primeiros episódios. Enquanto Alicia assumirá novas responsabilidades, sua mão terá que aceitar que Nick foi embora. “Eu não posso falar pela personagem de Kim, mas eu não acho que qualquer mãe ou pai desistiria de seu filho.” diz Alycia Debnam-Carey. “Mas o que é importante para Alicia é que Madison entende que Nick, finalmente, tomou uma decisão. Ele escolheu o mundo ao invés delas, e Madison precisa aceitar e mudar o seu foco, que sempre esteve em cuidar dele, para perceber que Alicia precisa desesperadamente de atenção.”
O começo da segunda temporada mostrou o desenvolvimento de Chris, filho de Travis, que estava diretamente afetando Alicia e Madison de forma preocupante, então é de se esperar que a separação dele dê a elas um sossego. A atriz confirma que “sobre Chris, eu acho que Alicia está feliz que, por agora, esse problema está em outro lugar. Apesar de isso ser triste. Todos estão separados e isso muda muito as coisas.”
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A espiral negativa de Chris mostra aos personagens o dilema bastante abordado em The Walking Dead, assim como em fear: o que dá mais medo? Zumbis ou humanos? Então, o que amedronta mais Debnam-Carey, Chris ou zumbis? “Chris. Mas não pelos motivos que todos imaginam.” Ela responde rindo. “As pessoas tiveram uma reação tão forte contra ele, que parecia que ele estava enlouquecendo, mas eu acho, e isso é o que Alicia também acha, é que ele é alguém que foi forçado àquela situação, ele está profundamente machucado, e não sabe como encarar isso. É triste. Mas eu acho que as pessoas dão sempre mais medo que os zumbis. Eles são apenas pedaços de carne, as pessoas têm ideias e intenções.”
É possível que algumas dessas intenções sejam mostradas nessa nova parte do show no México, que abre novas possibilidades e guarda novos perigos para o grupo de sobreviventes. A atriz explica que “trazer o show para o México é interessante porque a cultura influencia o roteiro e cria este mundo. Superstições mexicanas e latinas, aspectos religiosos e espirituais começam a permear os pensamentos dos personagens. E isso é mostrado nessa temporada e acho que cria uma dinâmica muito interessante.”
Uma grande parte dos novos episódios envolve o novo estado mental de Nick, que terminou a primeira parte da temporada se sentindo invulnerável aos zumbis. “Eu não posso falar pelo Frank sobre o Nick querer ser um zumbi” acrescenta Alycia Debnam-Carey, “mas para Alicia, parece que ele está simplesmente indo de um tipo de obsessão para outra. Talvez ele esteja procurando algum tipo de fé ou esperança que possa ajudá-lo a sobreviver.”
Apesar do foco da conversa com Alycia Debnam-Carey ser Fear the Walking Dead, não poderíamos perder a chance de perguntá-la sobre a personagem que a colocou na televisão americana, e que a fez tem um número tão grande de fãs: Lexa, a Comandante grounder de The 100. Sua introdução como uma mulher numa posição de poder, que não tinha seu gênero ou orientação sexual questionadas, não poderia ser mais diferente de Alicia, que é uma adolescente típica em Fear the Walking Dead. E é por isso que Debnam-Carey considera Alicia a personagem mais difícil de interpretar. “Você está bem distanciada quando interpreta uma personagem que é quase uma super heroína, ou uma guerreira, o que de alguma forma é mais objetivo. Tudo sobre ela (Lexa) já havia sido estabelecido, o quanto ela luta bem, ou o quanto ela se conhece bem. Eu acho que ela atingiu um nível de maturidade que foi imposto, enquanto que ao interpretar uma adolescente, você está sujeita a muito preconceitos e atributos pré-determinados que são tipicamente atribuídos a adolescentes, como ser mal humorada ou desagradável, irritável e respondona (…) É difícil ver que, sim, essas características podem ser evidentes, mas ao mesmo tempo é difícil mostrar essas características como justificáveis, ou mostrá-las como tridimensionais para o público.”
O que faz adolescentes serem interessantes, o que faz tantos shows na televisão focar neles, é que “são seres humanos que ainda estão aprendendo como ser seres humanos, não estão formados completamente, e isso os faz estarem sujeitos à mudanças e a cometer erros.” Diz a atriz, e acrescenta: “mas isso também significa que há muito mais opções e é difícil apagar o que você acha ser apropriado ou interessante. Algumas vezes, com personagens como Lexa, as decisões já foram tomadas por você, em termos de quem você realmente é.”
Provavelmente o fato de Lexa ter bastante certeza de quem é, e de qual seu papel naquela terra nuclear pós-apocalíptica é o que a fez uma personagem tão atrativa para os fãs, que seguirão Debnam-Carey em tudo que ela faz, um fenômeno que ela afirma “ser uma novidade, isso é o principal. Para ser honesta, nós estivemos numa bolha no México por bastante tempo, e eu evito ler muitos artigos ou usar mídia social.”
É perceptível o distanciamento da atriz da internet, mas ela justifica dizendo que “eu não presto muita atenção a isso porque acho que, a partir do momento que isso influencia demais suas decisões, acaba mudando a forma como você reage ao mundo ao seu redor. Eu estou ciente disso, e vi nas últimas semanas (de promoção). Até aqui, onde eu não esperava. Acho que a Espanha gosta um pouco de Lexa. É incrível ter uma rede de apoio tão forte, é um exercício de humildade.”
Os dois projetos que fizeram Alycia Debanm-Carey ser conhecido são histórias pós-apocalípticas, onde o mundo acaba e os sobreviventes precisam aprender a sobreviver sem as coisas serem como eram, algo que, nos últimos anos, se tornou bastante popular nos filmes e na televisão.
“É algo que obviamente se tornou parte do nosso subconsciente coletivo. Com o desenvolvimento da ciência, e o fato de ela ter importância na nossa sociedade e cultura, surgiu o diálogo de como lidar com nossa fragilidade no universo, e como nós não nos importamos com certas coisas. Acho que essa é uma forma das pessoas entenderem nossa mortalidade.” Conta a atriz, para explicar como ela seguiu o apocalipse nuclear de The 100 com o apocalipse zumbi de Fear the Walking Dead.
Ambos os shows não deixam de mostrar atos violentes e, o caso de Fear the Walking Dead, ele pode atingir níveis extremamente sangrentos, mas isso não afeta Debnam-Carey: “Tenho amigos que não assistem pois acham muito nojento mas, por sorte, eu acho cômico. Pode ser bastante sério, mas quando você vê zumbis que estavam jogados no chão se levantando pra tomar um café, é bem absurdo. E quando você trabalha nos filmes, vê que não é real. É muito mais divertido no set do que no show.”
Fear the Walking Dead já foi renovada para uma terceira temporada, mas é difícil não perguntá-la como o show terminaria. Alycia Debnam-Carey pensa por um tempo, e fala a primeira ideia rindo “só há um homem e uma mulher vivos, e eles recriam a história da bíblia, e é uma coisa estranha entre Origem, religião, e viagem no tempo, e todo mundo assistindo ficaria tipo ‘espera, o que aconteceu?’.”
Mas ela termina a entrevista com um final mais difícil, e que incitaria discussões calorosas na internet: “e se ele terminasse num momento onde não há mais esperança e todo mundo simplesmente morre? Eu sei que isso parece óbvio, mas as pessoas falariam sobre isso durante semanas. Eu acho que algumas pessoas diriam que seria anticlimático porque, obviamente, isso teria que acontecer, mas você provavelmente estaria pensando sobre isso por semanas, porque é um final muito deprimente para um show deprimente. Eles sofreram, trabalharam tanto, e nunca foi suficiente, e talvez a raça humana jamais possa se recuperar.”
Tradução e Adaptação ADCBR.